Professores encerram greve na UFSCar
O corpo docente da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) decidiu, após assembleia realizada na manhã desta terça-feira, 25, em São Carlos, por terminar a greve que acontece há 50 dias nos quatro campi da universidade. O movimento teve início no dia 6 de maio.
A assembleia encerrou por volta das 13h e foi realizada de forma presencial e simultânea nos quatro campi da UFSCar, as/os docentes aprovaram o dia 1º de julho como retorno das atividades. Hoje a universidade conta com aproximadamente 1,3 mil professores.
De acordo com Adufscar, na assembleia da semana passada, já havia sido aprovada a construção da saída unificada da greve junto ao Andes - Sindicato Nacional, bem como a assinatura do acordo com as propostas apresentadas pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) e pelo Ministério da Educação (MEC).
Servidores do SINTUFSCar e do DCE também estão em greve, mas as assembleias ocorrem somente na quinta-feira, 27, para deliberar sobre o retorno às atividades.
IFSP - O campus São Carlos da IFSP não suspendeu atividades letivas, pois não houve adesão dos docentes no movimento paredista local.
De acordo com o comando de greve local a greve nacional dos Institutos Federais teve início no dia 3 de abril, aprovada em Plenária Nacional do SINASEFE (sindicato nacional que representa as duas categorias dos IFs) e a greve local no campus São Carlos começou no dia seguinte, com adesão inicialmente majoritária de TAEs, já que nas primeiras semanas da greve alguns docentes chegaram a aderir ao movimento. No entanto, como não houve participação significativa da categoria, após as primeiras semanas apenas os técnico-administrativos seguiram em greve
Segundo o comando de greve, dentre as principais conquistas foi destacado a recomposição orçamentária das Instituições Federais de Ensino (IFEs) que, apesar de ainda insuficiente, só ocorreu por conta da mobilização de servidoras e servidores. Não por acaso, também foi aprovado no Senado o Projeto de Lei que cria a Política Nacional de Assistência Estudantil (PNAES). Para os trabalhadores (as) da Educação, a recomposição orçamentária e a política de investimento nas instituições públicas são fundamentais para o exercício das atividades profissionais.
Segundo o comando de greve, ocorreram avanços relevantes também nas carreiras de técnico-administrativos e de docentes, além de uma previsão de reajuste para 2025 e 2026, porém, muito aquém das perdas acumuladas e daquilo que foi reivindicado pelas categorias. Afirmam que o governo foi irredutível em relação ao reajuste ainda em 2024 e manteve 0% para este ano ao longo de toda a negociação.
“Ressaltamos que ao aderir à greve, o Campus São Carlos acompanhou um movimento nacional de mobilização dos Institutos Federais que chegou a atingir 562 das 682 unidades da Rede Federal de Educação, Ciência e Tecnologia”, finalizou.
Acordo - Professores de universidades e de institutos federais de educação e governo federal chegaram a um acordo, encerrando a greve iniciada há cerca de 60 dias. O termo de acordo foi fechado domingo, 23, e será assinado na quarta-feira, 26.
Segundo o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), o fim da greve começou segunda-feira, 24, devendo se consolidar plenamente até 3 de julho.
Avanços - Em comunicado, a entidade diz que, apesar de as propostas apresentadas pelo governo não atenderem “adequadamente ao conteúdo de nossas justas demandas”, o movimento será encerrado. No entanto, acrescenta, os termos “refletem avanços que só foram possíveis graças à força do movimento paredista. Para além do que já conquistamos, nos últimos retornos que tivemos do governo federal, a conjuntura aponta para os limites desse processo negocial”.
O Andes acrescentou que a greve “alcançou seu limite e que estamos no momento de seguir a luta por outras frentes”, acrescentou.
A proposta apresentada pelo governo - acatada pelo Comando Nacional de Greve - foi a de reajuste zero em 2024, devido às limitações orçamentárias. Para compensar, foi oferecida uma elevação do reajuste linear, até 2026, de 9,2% para 12,8%, sendo 9% em janeiro de 2025 e 3,5% em maio de 2026.
Compartilhar - Comentar - Seguir - Curtir