Morre o cineasta Caca Diegues
Mendes Aguiar
Compartilhar no Facebook
O cineasta, Carlos José Fontes Diegues, 84 anos, morreu na sexta-feira, 14-02-25, no Rio de Janeiro, em decorrência de complicações causadas por uma cirurgia. Caca foi um dos precursores do movimento artístico Cinema Novo, Caca nasceu em 19 de maio de 1940, em Maceió/AL, e mudou-se para o Rio, com a família, aos seis anos.
Começou no cinema quando estava no Diretório Estudantil da Pontifícia Universidade Católica do Rio (PUC-Rio), onde fundou o cineclube e passou a fazer produções cinematográficas amadoras, com colegas como Arnaldo Jabor.
O cineclube foi um dos núcleos de fundação do Cinema Novo, movimento inspirado pelo neorrealismo italiano e pela Nouvelle Vague francesa, e marcado pelas críticas políticas e sociais, principalmente durante a ditadura militar.
Produções - Entre suas produções, destacam-se Ganga Zumba (1964), A Grande Cidade (1966) e Os Herdeiros (1969). Em 1969, deixou o Brasil e foi morar na Europa, por participar da resistência intelectual e política à ditadura. Ao retornar, na década de 70, dirigiu: Quando o Carnaval Chegar (1972), Joanna Francesa (1973), Chica da Silva (1976), Chuvas de Verão (1978) e Bye Bye, Brasil (1980).
No período de retomada do cinema brasileiro, lançou Tieta do Agreste (1996), Orfeu (1999) e Deus é Brasileiro (2002). O Grande Circo Místico (2018) foi seu último lançamento como diretor.
Ao longo de sua carreira, conquistou prêmios em inúmeros festivais nacionais e internacionais. Em 2018, foi eleito para a Academia Brasileira de Letras na vaga de Nelson Pereira dos Santos.
“Sua obra equilibrou popularidade e profundidade artística, abordando temas sociais e culturais com sensibilidade. Durante a ditadura militar, viveu no exílio, mantendo-se sempre ativo no debate sobre política, cultura e cinema. A ABL expressa solidariedade à esposa, Renata Almeida Magalhães e aos filhos”, informou a ABL, por meio de nota divulgada em sua rede social.